Saudade (...)

Já não sei o que fazer,

É uma pressão enorme no meu peito,

Ter vontade de gritar e não conseguir,

Ter vontade de fugir para longe daqui,

Ter vontade de te abraçar, de te beijar,

Dizer-te bem baixo ao ouvido: estou aqui!

Mas isso não passam de vontades, quando me deito penso em ti, acho que é isso que me faz sonhar todas as noites contigo, connosco. Nunca falei tão a sério de uma coisa tão forte que sinto no peito.

É o limite do sofrimento, é matar-me aos poucos por dentro.

Uma dor lenta mas forte, que dura e dura, mas magoa, e magoa tanto, mas tanto...

Ela não sabe o meu nome, mas eu sei o seu, chama-se saudade. Habita no peito de muita gente e chega a sufocar. E quantas, quantas vezes já passei a mão numa fotografia tua, acho que dentro de mim se sente a esperança que sintas o meu toque.

Mas não faço-me de fábulas, o que eu nunca fiz porque desde cedo eu percebi que isso não existe.

E passam dias, horas e meses sem te poder ver, sem te abraçar, embalar, beijar, sentir o teu toque no meu resto, e ouvir perguntar no meu ouvido: amas-me?

Porque nada me arrepia tanto quanto o teu respirar no meu pescoço, e a distância rouba-me a capacidade de citar eu estou aqui, estou sempre do teu lado. Porque não estou, é disto que vive a saudade do sofrimento alheio, do sufoco.

Já adormeci a chorar por ti, já sorri a pensar em ti, já lutei por nós, já te disse que fugia para estar perto, que te amaria para sempre, que gostaria de viver do teu lado, que deixaria tudo para trás, que eu só te quero a ti, que eu não vivo sem nós, que és tudo aquilo que me move, tu és tudo aquilo que eu amo, mas porra, afasta-te à distância, este silêncio, esta solidão, não faças o que os outros dizem para fazer, arrisca, arrisca por mim, por ti, por nós. Se eu ficar mais fria com esta distância, não aches estranho, estou a sofrer, sem ti.

Vais sentir saudades de quem já partiu e de quem não está,

Vais sentir saudades de um abraço, de um toque, um suspiro

Vais sentir saudades de quem amas, de quem adoras, mas também saudades de quem dizes que odeias, acredita, vai faltar-te a força, vais cair, bater com a cabeça e gritar, levantar, vais implorar  vais fugir, sonhar mais alto do que devias, lutar por quem não devias e chamar por quem não deves, vais pensar se deves ou não cair na tentação, muitas vezes trais, outras és traído pela vida.

Esta vergonha de sentir frio, de sentir medo, mágoa, tristeza e solidão.

Olha à tua volta, eu não estou na tua cama a ver-te sonhar, não te faço o pequeno almoço ao acordar, não te dou mimo quando estás doente, não posso cuidar de ti quando choras, dar-te um beijo quando te enervas, apanhar-te do chão quando cais, dar-te a mão quando precisas, proteger-te de quem te quer mal, impedir que te magoem. Dar-te um beijo de boa noite, e adormecer-te, pois eu estou longe, mas pensa: não há saudade que destrua um amor verdadeiro.

E com tudo o que vivi até hoje, acredita, eu já me queimei com quem mais amava, por ser tão fiel, pura estupidez. Já cai por levantar, já chorei para satisfazer alguém, a saudade não mata, torna-nos mais fortes, mas mesmo assim, eu conto os segundos para te ver, para ver esse sorriso.

Porque não há quem te ame tanto quanto eu te amo, não há quem sonhe contigo tantas vezes como eu. Não há quem pense em ti como eu penso todas as horas, todos os minutos, todos os segundos, não há. Não há ninguém que possa dizer que te ama, como eu.

Eu vou estar sempre que puder ao teu lado, nada me vai tirar de ti, sou tua. Independentemente da distância e do medo eu serei fiel até ao final dos meus dias.

Volta rápido, eu vou sentir saudades tuas.

Volta rápido, porque eu preciso do teu abraço.

Volta rápido, dá-me mais um beijo, volta rápido porque eu estou à tua espera.

Não há um minuto que passe que eu não reduza no tempo que eu espero por ti.

A saudade não é mais forte que nós, não é mais forre do que aquilo que sentimos.