sábado, 6 de abril de 2013

Sonetos

Era uma vez...

Foi naquela tarde de Primavera, que o cheiro das flores lhe despertaram o mais belo dos sonetos. Como fazia todas as tardes, depois das aulas, saía de casa com o seu iPod, phones nos ouvidos e lá ia ela, passear pelos campos, sentir o aroma daquelas lindas flores, e sonhar... A música transmitia uma paz enorme dentro dela, e a junção dessa paz interior com o cheiro daquelas flores deixavam-na como que numa nostalgia de tal tamanho que nada mais no mundo parecia existir. No fundo ela sabia, que aquelas tardes lhe faziam feliz. Imensas pessoas passavam por ela, a caminho da casa e da escola e admiravam-na pelo seu enorme sorriso, e comentavam: "Aquela menina é tão feliz, está sempre a sorrir!". Sempre fora a menina exemplo, chegava a horas a tudo, era excelente aluna, amiga, filha... Mas algo lhe faltava, ela olhava para o lado e sabia que algo parecia vazio, ela precisava de amor. Ela precisava daquilo que via nas flores e ouvia na música mas que no fundo não tinha, os sonetos de amor. Ela sabia que tempo estava do lado dela, tudo poderia acontecer, no caminho de casa para escola... Muitas vezes se sentava junto das flores, fechava os olhos, e imaginava que apareceria ali, naquele mesmo lugar aquele que seria o amor da vida dela, que lhe beijara a mão, a olhara nos olhos e se apaixonavam, porque era assim que ela imaginava o amor, no calafrio de um olhar e num simples toque. Era assim que duas pessoas se apaixonavam, era assim que contavam os sonetos que lia, e era assim que ela sentia. Era isso que ela queria.
Na altura do Verão, em que ela se deslocava para terras litorais para passar férias com os pais, sentia-se sempre triste. Olhava o mar pela janela e sentia falta daquilo que faz parte da vida dela o ano todo, as flores. Só lhe restara sair de amanha, phones nos ouvidos e passear na praia, mas sabia que não era a mesma coisa, então sentia-se infeliz. Num desses dias quentes de Verão, ela decidiu não ir para casa cedo, e sentar-te na areia quente da praia a contemplar o pôr-do-sol. Rendeu-se por completo. Esqueceu de imediato as flores dos seus campos, o cheiro que a presenciava durante todo o ano e ficou ali, a observar o maravilhoso sol, e a sentir o vento do mar na sua cara. Até que, sentiu alguém chegar perto de si. Era ele. Olharam-se durante vários minutos, perante aquele maravilhoso pôr-do-sol. Ele deu-lhe a mão, ajudou-a a levantar-se da areia e beijou-a na face. E apaixonaram-se, tal como conta os sonetos, tal como são as verdadeiras histórias de amor. 
O lugar, não era o mesmo que ela imaginava, era melhor. Por instantes passou a gostar mais do calor da praia, do que a paz do campo. Ela sabia que o tempo dela tinha chegado, e que agora sim, poderia ser tudo aquilo que era, mas, completa.


Porque não existe hora, nem local exato para o amor, ele surge, do nada... Pode surgir das ondas frias do mar, ou de um simples cheiro de uma flor.

E foram felizes, para sempre...

Sejam felizes

Beijinhos,
Carla Salgado

2 comentários:

Daniela Pacheco disse...

e os gosto dos teus textos :)
Beijinho, Dani.

Carla Figueiredo disse...

está tão lindo... <3
amei completamente!