Retrospectiva 2013!

Não é muito fácil para mim falar do ano que já nos deixou. Deixou-me marcas imensamente profundas, e mesmo os melhores momentos me deixam com uma imensidão de lágrimas nos olhos, porquê? Porque me preenchem de saudade. Já referi várias vezes que não queria dizer que 2013 foi o meu ano, porque quero acreditar que será agora que tudo de óptimo está para acontecer, mas foi o ano que mais me marcou na vida sem qualquer sombra de dúvidas. Logo para começar o ano, a difícil decisão de deixar o meu país, de deixar a minha "vida" toda para trás para lutar por aquilo que realmente me faria bem. Para usufruir de outras oportunidades... Não foi fácil, o ano 2013 não começou da melhor maneira porque deixar as pessoas foi o que mais me custou. No dia 1 de Março, dei entrada naquele país onde é agora a minha casa. Ao inicio confesso que me sentia bastante nostálgica e confiante, e apesar de me custar horrores, tinha-me mentalizado que aquilo seria o melhor para mim. 

Não vou estar aqui a mencionar o progresso de cada mês porque alongar-me-ia bastante, e de facto cada mês foi uma história nova. Mas, em Maio, no mês do meu aniversário, foi a minha primeira visita a Portugal para estar com a família, e a mais dolorosa de todas, foram quatro dias maravilhosos, mas que na despedida se tornou no maior dos horrores, e sempre que me lembro daquele dia sinto vontade de chorar, nunca me custou tanto olhar para uma pessoa e sentir que não a podia deixar, mas tive de o fazer... Nesse mesmo mês, e já cá em França, tive oportunidade de fazer um atelier de Teatro que me permitiu várias coisas, primeiramente avançar um pouco na língua, visto que estava a ficar um pouco "para trás", e depois porque conheci pessoas espectaculares que levarei para o resto da minha vida, e apesar de hoje já não ter oportunidade de estar com eles, nunca me esquecerei do que passei com cada um deles, e do quão fui feliz naquele mês. Até voltar a Portugal nas férias de Verão, a minha vida foi vivida em base da formação e em casa. Comecei a sair mais com os meus colegas da formação, e a aproveitar mais daquilo que França me tinha para dar... Em Agosto voltei a Portugal, e esse sim, posso dizer que foi o mês bastante marcante, foram três semanas intensas, calorosas, e o meu casamento. Confesso, que quando fui pedida em casamento, e quando decidimos fazer tudo assim repentinamente não fiquei nervosa, entusiasmada, andava super tranquila, com a ideia que nada iria mudar, aliás já estávamos juntos à 6 anos, assinar aquele papel não iria mudar nada. E não foi bem assim... O casamento foi super especial, como toda a gente já sabe, apesar de simples, foi tudo aquilo que eu sempre quis, com a pessoa que sempre sonhei. Quando voltamos no incio de Setembro, a nossa vida (porque deixou de ser só minha) mudou completamente, conseguimos a nossa casa, e tudo parecia começar de novo. E acreditem ou não, depois de 6 anos de namoro, foi nessa altura que nos começamos a conhecer, e não é nada fácil, nada nada mesmo, ao ínicio achei várias vezes que não daria certo, que não seriamos felizes, mas enganei-me, e só tivemos de aprender a adaptar-mo-nos às dificeis discussões de um casal... O ano não poderia ter acabado da melhor maneira, voltamos a Portugal em Dezembro para passar o Natal com a família, e apesar de eu estar imensamente triste porque não tive oportunidade de estar com a minha mãe, a prenda de Natal não poderia ter sido a mais feliz de todas. Depois do casamento e da casa nova, aí vem o fruto de toda uma história de seis anos. Não poderíamos ter mais feliz com a notícia, e confesso que por vezes vivo com medo que algo de mal aconteça por me sentir tão completa como mulher. Acabei o ano da melhor forma, mas comecei com uma enorme tristeza por voltar e deixar a família, mas a vida é mesmo assim e temos de lutar dia após dia por um futuro melhor, para nós e principalmente para quem mais vai precisar.

Apesar de realizar os meus sonhos como mulher, ainda me falta realizar outros, que parecem cada vez mais difíceis. Mas nada é impossível...E eu vou sempre lutar.

Espero do fundo do coração que sejam todo, como eu, muito muito felizes *

Beijinhos,

Carla Salgado