Não sei se rio, não sei se choro. Por vezes encontro-me num alterado estado de ansiedade, como me sinto a pessoa mais calma do mundo. Se calhar até sou bipolar, não sei. Nos últimos tempos a minha vida é tão inconstante que eu própria me sinto assim. Tudo o que nos acontece, é derivado das escolhas que fazemos, é completamente verdade, mas já pensaram que por vezes as escolhas que são feitas são tomadas porque não há outra solução? A única saída é aquela que não queremos... No fundo não é uma coisa boa.
Vivo em constante interrogação com a vida, não sei porquê, lá está. As únicas certezas que tenho é que estou longe da pessoa que mais amo na vida, e vou ser mãe pela primeira vez. E com a tamanha felicidade, penso que nunca ninguém (ou quase ninguém), me perguntou como me sinto em relação a isso. Não é que tenha necessidade de ouvir, porque não saberia o que responder, mas a verdade é que nesta fase, em que falta cada vez menos tempo, pergunto-me como me sinto. Só tenho uma resposta. Sinto-me com medo. Sei que é normal, e que provavelmente todos os pais passam por isso, mas é assustador a forma como o medo se apodera de mim. Medo de falhar, medo de não ser uma boa mãe, medo de não poder dar aquilo que sempre sonhei dar a um filho.
Ainda faltam dois meses, mais ou menos, e muitas mais coisas irão passar pela minha cabeça e deixar-me ainda com mais medo.
O único sentimento que possuo, é a ansiedade de o ver, de o ter.
Por vezes sinto-me paranóica com estas coisas, vai se lá saber porquê!
Beijinhos e pontapés,
Carla Salgado
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