quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Desabafo #11

Só gostava de voltar atrás no tempo. Mudava muita coisa, se calhar não iria conseguir mudar o mais importante, mas certamente evitaria tantas discussões, tantos desentendimentos, mudava os nove meses de agitação e mudança, por nove meses serenos e longe. Eu sei que não adianta de nada remoer-me sobre tanta coisa, não adianta pedir desejos impossiveis de voltar, apenas vou continuar a sofrer com pensamentos que de nada me vão servir. De tudo isso, resta-me simplesmente a dor, e a enorme saudade. O tempo passa, e cada vez dói mais, gostava tanto de poder conviver sem pensamentos tão negativos, apenas com a dor de saber que existiu, apenas com a saudade de saber que o tive comigo. Passo tanto tempo a olhar para as minhas fotografias, a minha barriga, como é possível Deus ter-me levado a coisa mais preciosa da minha vida? Nove meses de tamanha ansiedade por tê-lo nos meus braços e poder senti-lo perto de mim, e agora... Nada tenho.
Gostava tanto que muita gente entendesse, nem que seja por um milésimo de segundo que nenhuma demonstração da minha dor é em vão, nada é para chamar a atenção, nada é dito de forma vaga ou desnecessária. Tudo é dito com um enorme sentimento, tudo o que escrevo, tudo o que faço, é a minha forma de mostrar as imensas saudades que tenho. Tantos amigos que se disseram amigos e hoje não entendem a minha ausência. Ninguém percebe que não consigo fazer, ou dizer tanta coisa. Quando olho à minha volta e percebo a minoria que ficou do meu lado, que sofreu comigo, e acima de tudo entende todas as minhas atitudes, que me dá o espaço que preciso sem pedir nada em troca. É tão frustrante olhar para trás e perceber que quando tudo estava bem e perfeito, estava rodeada de pessoas,e agora, agora que preciso tanto de apoio, que por vezes uma simples palavra de afecto me faz falta, vejo apenas as pessoas que sofrem comigo. Não quero pensar em maldades, não quero, já tive a minha dose este ano e apenas quero tranquilidade. Quero acreditar que tudo não passam de macaquinhos na minha cabeça.
Espero que, entendam que não estou numa altura em que consigo retribuir qualquer tipo de amizade, apenas passaram três semanas, o meu sentimento, e a minha dor ainda está igual, convivo melhor com isso, mas dói, há dias que não consigo disfarçar, outros tento ser forte.
Há uns dias atrás olhei o céu, vi uma estrela cadente e sorri, dois dias depois, quando voltei a olhar o céu, mais uma estrela cadente passou. Eu sei que ele está comigo, eu sinto, e apesar da imensa tristeza que sinto de não o ter presente, sei que vai marcar sempre a presença na minha vida. O céu continua repleto de estrelinhas, uma delas é o meu bebé...

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