quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Efeitos da Epidural (sem mitos)

Para muitas grávidas a perspectiva de ter um parto sem dor é tentadora, mas, por outro lado, pesam os receios de que a epidural possa trazer consequências negativas para a mãe, como para o bebé.
Hoje em dia, a epidural é uma opção de quase cem por cento das grávidas que fazem o parto nos hospitais privados, e oitenta por cento nos hospitais públicos. Mas, apesar da sua utilização ser tão ampla, ainda persistem algumas dúvidas e mitos. O pior receio das mulheres é que as deixe paraplégicas, mas é um risco completamente nulo, por três razões: a primeira, a epidural não é dada a mulheres com problemas de coagulação do sangue; a segunda, a epidural é realizada na região lombar inferior, onde já não existe a medula como estrutura individualizada; terceira, as grávidas estão em ambiente hospitalar e monitorizadas, pelo que o aparecimento de qualquer sinal suspeito levaria a diagnóstico e intervenção rápida, de forma a não haver sequelas.
Muitas mulheres, não temendo o pior, têm receio das complicações, uma delas é a punção acidental da duramanter (membrana que envolve a espinal medula) que origina em muitos casos uma dor de cabeça, tipo enxaqueca, algumas horas após o nascimento do bebé. A sua resolução é muito fácil, passa pela toma de analgésicos orais e repouso.
Relativamente ao feto, não faz mal nenhum ao bebé. A epidural é uma anestesia regional que actua bloqueando a sensibilidade à dor numa determinada área nervosa, insensibilizando essa região. Os anestésicos administrados para esse efeito não atravessam a placenta, pelo que não prejudicam o bem-estar do bebé.

Efeitos secundários:
(os mais vulgares são)
  • purido (comichão)
  • parastesias (formigueiros) nos membros inferiores
  • descida da tensão arterial
  • náuseas ou vómitos
  • dificuldade em urinar
  • sonolência
  • subida da temperatura central

Normalmente estes efeitos são de intensidade ligeira, pelo que não incomodam muito a grávida, ainda assim, há soluções rápidas para o seu alívio caso provoquem algum mal-estar.


A epidural tem sido acusada de levar a um aumento do tempo de trabalho de parto, bem como há maior possibilidade de instrumentalização (necessidade de recurso a ventosa). A epidural pode, de facto, atrasar alguns minutos a fase expulsiva do trabalho de parto. No entanto, numa epidural bem conduzida não existe bloqueio motor, ou seja, não há diminuição da capacidade da grávida para fazer força.
O alivio da dor proporcionado pela epidural não se limita ao trabalho de parto, estendendo-se ao período pós-parto. Pelo menos durante as duas a três primeiras horas, as grávidas ainda sentirão alivio da dor, devido também à episiorrafia (1) e contracção uterina. Caso seja necessário nos casos em que a episiorrafia é muito extensa, o cateter (2) pode manter-se, durante dois a três dias, para uma analgesia mais eficaz no pós-parto.
Na grande maioria dos casos, a experiência do parto com epidural é positiva para as mães, permitindo-lhes apreciar o momento de uma forma menos tensa, sem a carga negativa associada à dor. O recurso ou não à epidural é sempre e apenas uma questão de opção da mulher que deve ser respeitada. 

(1) Sutura da incisão efectuada na região do períneo para ampliar o canal de parto, sutura de um períneo lacerado. 
(2) É um tubo que pode ser inserido num vaso (cateter vascular),  numa cavidade corpórea natural, ou numa cavidade cistica, possibilidade a drenagem ou infecção de fluidos ou o cesso a instrumentos cirúrgicos. 

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Depois de toda esta pesquisa, pouco mais tenho a dizer... A verdade é que a epidural em mim teve vários efeitos, tal como me terem atrofiado os músculos, principalmente nas costas. O facto de ter tido a trombose também pode ter sido derivado da epidural mas ainda não está comprovado nos exames médicos. 
Espero que esta informação, e as próximas que irei publicar ajudam de certa forma as futuras mamas, e mesmo que tiveram um parto à pouco tempo. 

Beijinhos,
Carla Salgado

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