segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Trombose na gravidez

A trombose na gravidez surge quando se forma um coágulo de sangue que entope uma veia ou artéria, impedindo que o sangue passe por esse local. Exatamente como acontece a qualquer pessoa como podem ver no post sobre Trombose Venosa Profunda. Aliás, na gravidez, a capacidade de coagulação aumenta conforme o avançar da gestação. Essa é a forma do corpo da gestante preparar-se para a hora do parto, para que possa controlar o seu sangramento mais rapidamente. Porém, algumas mulheres podem ter uma facilidade natural de formar trombos.
Os tipos de trombose mais comuns na gravidez são:
  • TVP: afecta mais frequentemente as pernas.
  • Trombose hemorroidal: pode surgir nas hemorróidas provocadas pelo peso do bebé ou durante o parto.
  • Trombose na placenta: causado por coágulo nas veias da placenta, podendo provocar aborto nos casos mais graves.
  • Trombose cerebral: provocado por um coágulo no cérebro. 
A trombose na gravidez, embora rara, é mais frequente em gestantes com idade superior a 35 anos, que já tiveram episódio de trombose numa gravidez anterior, estão grávidas de gémeos, ou que têm excesso de peso. A trombose na gravidez deve ser tratada pelo obstetra com injecções de anticoagulantes, como a heparina, durante seis semanas após o parto. 

Sintomas de trombose na gravidez
Os sintomas de trombose na gravidez são os mesmos que as TVP, e estes surgem, especialmente, nas pernas e incluem:
  • Dor na perna, que piora ao caminhar ou a dobrar o pé para cima
  • Vermelhidão e inchaço da perna
  • Pele quente
  • Aumento das veias locais

Durante a gravidez, estes sintomas podem ocorrer devido a maior tendência para reter líquidos nas pernas. Por isso, a gestante deve consultar o obstetra para fazer um ultrassom e despistar o diagnóstico de trombose.

Tratamento para trombose na gravidez
O tratamento para trombose na gravidez deve ser indicado pelo obstetra e, normalmente, inclui o uso de injecções de heparina, que ajudam a dissolver o coágulo, diminuindo o risco de formação de novos coágulos.
Na  maior parte dos casos, o tratamento para trombose na gravidez deve ser mantido até ao final da gestação e seis semanas após o parto, pois durante o nascimento do bebé, seja por parto normal ou cesariana, as veias abdominais e pélvicas das mulheres sofrem lesões que podem aumentar o risco de formação de coágulos.



Como evitar trombose na gravidez
Alguns cuidados para evitar a trombose são: 
  • Utilizar meias de compressão desde o inicio da gestação, para facilitar a circulação sanguínea.
  • Fazer exercício físico leve regular, como caminhadas ou natação para melhorar a circulação do sangue.
  • Evitar ficar mais de 8 horas deitada ou mais de 1 h sentada. 
  • Não cruzar as pernas, pois dificulta a circulação de sangue nas pernas.
  • Ter uma alimentação saudável, pobre em gordura e rica em fibras e água.
  • Evitar fumar ou conviver com pessoas que fumam, porque a fumaça do cigarro pode aumentar o risco de trombose.
Quais as principais complicações se a grávida não for tratada adequadamente?
  • Embolia pulmonar: o trombo pode soltar-se e ir até ao pulmão, causando falta de ar e dor para respirar. A gravidade do quadro depende do tamanho do trombo, variando desde assintomático até insuficiência aguda.
  • Trombose na placenta: é a formação de trombos na placenta, que pode evoluir com insuficiência placentária (a placenta não consegue levar oxigénio e nutrientes para o bebé). A gravidade também é extremamente variável, e nos quadros mais graves levar à morte do bebé. 
Todos os cuidados mencionados devem ser feitos, principalmente pela grávida que teve trombose na gravidez anterior. Além disso, a gestante deve informar o obstetra que já teve trombose, para iniciar o tratamento com injecções de heparina, se necessário, de forma a prevenir o surgimento de uma nova formação. 

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