segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Retrospectiva 2014

Tanta coisa mudou, se por um lado estou confiante e com vontade de escrever por outro só me apetece desligar e deitar-me. A retrospectiva de 2013 foi tão diferente desta, muitas mudanças houveram, e de más hoje posso dizer que não houve nenhuma. Mudei de país, construí a minha família e terminei o ano a saber que o terceiro e mais importante membro da família estava a chegar. Pensei por momentos que 2013 seria, sem sombra para dúvidas, o meu ano, mas, a verdade é que o meu ano foi mesmo 2014. 
Repleto de dissabores, tristezas e mudanças, o meu ano começou basicamente no dia 21 de Janeiro quando fiz, pela primeira vez a ecografia do meu bebé, três mesinhos que já estava, e a felicidade, tanto minha como do Fábio era tanta, que tive de partilhar no facebook a foto da eco. E esse foi o meu primeiro erro. A minha barriga foi crescendo, e cada vez estava eu mais feliz. Em Março o Fábio foi trabalhar para longe de casa, só vinha de duas em duas semanas, e a minha princesa foi visitar-me a França. Passei quase o mês inteirinho com o coração quentinho, mais ainda juntos dos meus três pestinhas, que sempre me ajudaram a estar mais feliz, com o meu homem longe. Com a solidão e a ausência, a decisão foi vir para Portugal, para junto da família para que não passasse os meus últimos meses de grávida sozinha, e para o Francisco nascer junto desta. Sim, Francisco. Um de Abril, sozinha fiz a ecografia dos cinco meses, era um menino, e mesmo no dia das mentiras, toda a gente pensou mesmo que era mentira, mas não, um menino, um príncipe estava para vir, todas as expectativas do Fábio ter um menina caíram por terra, acho que nunca vou saber como ele ficou no momento. Em meados de Abril já estava em Portugal, e agora começava a maratona da gravidez, do mês e meio que tinha de esperar de cada vez que o Fábio vinha a Portugal, tudo. Tudo à minha volta mudou. Os meses passaram e no dia 13 de Julho, às 8 horas da manhã já estava dentro da ambulância para o Francisco nascer. Tantos nervos, tanta coisa tinha acontecido nestes últimos tempos, a única coisa que eu queria era ter o meu bebé nos braços. Com o Fábio longe, a frustração e a maior tristeza da minha vida caiu-me em cima, como se o mundo desabasse e nada mais à minha volta fizesse sentido. O meu bebé estava no céu, e com ele levou a minha vontade de viver, os meus sonhos e a minha ânsia por toda estava vida que idealizei. Foi no Alentejo que encontrei a minha paz, o meu refúgio, e onde pude recarregar as minhas baterias durante um mês. Nada apagaria a minha dor, mas foi, o local perfeito para voltar a ser eu, para voltar a sentir necessidade de viver, pelo Fábio, pelo amor que sentíamos um pelo outro, e principalmente pelo Francisco.
Em Agosto, de férias com os nossos colegas, mais uma ida ao hospital, desta vez, uma trombose apoderou-se de mim, como iria sobreviver a isto? Tantas vezes pensei que ia morrer. Como a vida podia ser injusta comigo e deixar-me cada vez mais para baixo, sem forças? Cada vez me sentia mais fraca e sem vontade de viver, mas, as negligências médicas, os telefonemas indesejados e todo o corropio sobre o Francisco e as negligências que rondaram levantou-me e tornou-me ainda mais forte do que alguma vez fora. A decisão de não voltar a França, o Fábio desempregado, tudo me serviu para arregaçar as mangas e ir à luta. Entregar o caso à justiça, o Fábio arranjou trabalho cá, eu inscrevi-me num curso que sempre gostei, e começamos a vida do zero, a trabalhar num salão, onde para mim já é a segunda casa, só falta mesmo a casa.
O Natal já passou, junto da minha família, que mais uma vez me ajudou a fortalecer e a querer vencer, a dois dias do fim do ano e da entrada em 2015, tenho imensos objectivos que cumprirei no próximo ano. Este ano que passou foi o meu ano, porquê? Perdi tudo, é verdade, mas cresci, aprendi a lutar SOZINHA, aprendi a sobreviver, porque acredito que a nossa missão aqui na terra não é viver, é sobreviver a todas as guerras e combates que nos surgem neste longínquo caminho que é a vida. Aprendi a amar a vida de outra forma, e principalmente tornei-me mãe, ele pode estar no céu, mas não deixa de ser meu filho, tal como eu não deixo de ser sua mãe. Sei que muita gente torna-se exagerado mas eu vivo assim, e sou feliz a viver assim.
Relativamente às pessoas, deixei de confiar, deixei de dar valor, e mesmo que seja frio da minha parte deixei de saber que elas existem. A minha vida tem outras prioridades e os "amigos", deixaram de estar em primeiro lugar, sempre dei tudo de mim, tudo o que tinha e não tinha, levei muitos estalos, todos tinham outras prioridades que não eu, porque haveria eu de ser diferente? Todos sabem onde moro, todos tem o meu número, não me esperem mais! Àquelas pessoas que tem vivido constantemente "preocupadas" com aquilo que faço ou deixo de fazer, que sentem inveja (mesmo sem motivos para tal), não percam mais tempo, vou levantar-me a cada tiro. Em 2015 serei mais forte, e aprendi a não deixar mais ninguém me derrubar. 

Que venha o novo ano, a nova vida, as novas oportunidades, as novas escolhas, e principalmente que se realizem os meus sonhos, porque agora, mais do que nunca, estou focada neles.

Vou deixar-vos aqui algumas fotos que marcaram 2014






































Desejo a todos os meus seguidores um EXCELENTE ANO 2015 e que todos os vossos sonhos se tornem realidade.

Beijinho enorme
Carla Salgado

Um comentário:

Daniela Pacheco disse...

És uma guerreira mesmo!!!