terça-feira, 6 de janeiro de 2015

O que é realmente importante?

Não sei se isto é um desabafo ou uma espécie de retaliação. Não sei se simplesmente me surgiu a vontade de escrever, ou então mesmo o facto de ter necessidade de repousar tanto tempo me está a mexer com os neurónios. Seis dias passaram desde que começou o novo ano, constantemente sinto espécies de dejá vu como se exactamente à um ano atrás estivesse a dizer estas mesmas palavras. Hoje acordei com uma certa vontade de tudo aquilo que tinha, os amigos que deixei para trás, as pessoas que todos os dias se preocupavam e estavam lá comigo. Quando emigrei o à quase dois anos atrás avisaram-me constantemente sobre o mal que os portugueses fazem uns aos outros e todas as rivalidades que entre eles existiam. Confesso que assisti a alguns casos mas nenhum direccionado comigo. Fiz vários amigos e a maioria deles portugueses e NUNCA tive qualquer tipo de problemas com eles, muito pelo contrário, era como se estivesse em Portugal e a minha família estava presente, porque para mim, era isso mesmo, família... Quando penso nisso, penso também que ali estavam os meus verdadeiros amigos! Desde que regressei a Portugal, e com tudo o que aconteceu perdi muita gente, muita gente se afastou e eu não senti mais necessidade de procurar. Respeitei a vida de cada um, e sabia que o facto de eu ter perdido um filho não era fácil para quem me rodeava porque o assunto não é fácil... Mas será que por ter mesmo perdido o Francisco é que não deveria ter ainda mais apoio? É como se quando estivesse tudo bem todos estavam comigo, e quando a minha vida desmoronou nada mais me restou... Ao invés disso aqueles que estavam longe foram incansáveis comigo e mesmo longe mostraram aquilo que eu, no fundo, sempre precisei, amizade.
Sei que não sou uma pessoa fácil, sei que tenho um feitio muito difícil e mais ainda com todo o caminho que tenho percorrido e me tem tentado derrubar, mas nada disso é suficientemente lógico para que outras pessoas se afastem...
Dois mil e catorze acabou, dois mil e quinze trouxe-me mais orgulho, sei que sempre dei parte fraca e lutei por toda a gente, mas entrei no novo ano com amigos no coração, e são esses que quero continuar a levar para a vida...

Aos que estão cá, sei que tenho andado distante e fria, mas realmente nada tem sido fácil e eu própria tenho afastado toda a gente mude... 
Aos que estão longe, espero um dia poder reencontrar-vos e aproveitar aquilo que melhor temos, a vida... Guardo com um enorme carinho todos os momentos que passamos juntos, todos mesmo. Tenho imensas saudades.
















Mil beijinhos

Um comentário:

Anônimo disse...

Carlota, este ano vai trazer muitas surpresas boas, vais ver! Uma guerreira como tu não precisa de se justificar, tens uma personalidade única e é isso que interessa.
Torço todos os dias para que cada dia que se aproxima seja uma surpresa boa para ti. Mereces tudo de bom.
E escreves sempre muito bem :D
um orgulho, resumidamente.
Força princesa!

Beijinho enorme,
Marta Batista