terça-feira, 23 de julho de 2019

Sentimentos confusos

Hoje sem saber como cheguei aqui...
Estou a admirar o meu filho que está à mais de meia hora no pote a tentar fazer as necessidades pela primeira vez. O desfralde... Quem é mãe vai entender que esta fase é tão difícil. É certo que nem todas as crianças são iguais, umas deixam a fralda mais rápido do que outras, dizem que os meninos demoram mais, enfim, o Salvador está a dar-me luta, na escola já deixou a 100%, em casa... É melhor nem comentar.
Mas não vim aqui falar do desfralde do Salvador, nem no quão difícil está a ser educá-lo nesta fase, nem nas birras, nem nesta adolescência dos dois anos como lhe chamam. Não sou psicóloga, não sou experiente, sou apenas mãe, que dia após dia acorda e não sabe como reagir a cada coisa nova que ele faz. Mas melhor do que isto? Não há.
Podia voltar a falar do meu primeiro bebé, e deste sentimento tão apertadinho de que já passaram cinco anos... Não consigo acreditar, não consigo sequer pensar nisto da mesma forma.
Hoje vim aqui sem saber, é verdade, cheguei, comecei por ler alguns textos e lá estava eu a ler os meus primeiros textos após a perda, os comentários e bloqueei... Mais uma vez. 
Estou numa fase da minha vida que não consigo entender os meus sentimentos, apesar de me sentir feliz e um tanto ao quanto realizada, há aqui um pedaço dentro de mim que não está preenchido e me faz querer algo mais...  O quê? Não faço ideia. Este remoer de sentimentos mistos, em que eu não sei se choro ou se rio faz-me pensar em tanta coisa...
Pensar faz bem, mas pensar em demasia só pode voltar a despertar aquilo que eu não quero...
O tempo passa demasiado rápido. 

Há coisas e momentos que não voltam.
Mas de uma coisa eu tenho a certeza. Tudo isto não é por acaso. Cada dia, cada vivência, cada pessoa nova que entra, e essencialmente cada pessoa que vai desaparecendo da nossa vida, não é por acaso. E ainda bem que as coisas são assim. Ainda bem que a vida me tem ensinado tanto, e no fundo me tem dado mais ainda.