quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Desabafo...

É no silêncio que ouvimos os nossos pensamentos. É no escuro que vemos os nossos medos. É à noite que mais tomamos decisões. É também a noite que traz as insónias. Os medos. As lágrimas.
Por vezes era importante falarmos de saúde mental e como ela consegue ser tão importante no nosso quotidiano. Como vemos tantos vídeos e posts no ginásio sobre alimentação saudável e estilo de vida saudável, quando a nossa mente está completamente doente. Não estou, de todo, a inferiorizar um assunto, mas sim a tentar dar mais ênfase a outro.
Se calhar evito imenso falar neste assunto porque acaba por ser o meu maior problema. Ter uma saúde mental que me desleixei por completo quando devia ter sido tratada, e por consequente um estilo de vida igualmente destruído. Acreditem ou não, são duas mãos que se unem para a qualidade de vida.
Não sou ninguém para aconselhar a melhorar uma coisa ou outra. Porque no fundo preciso de motivação para ambas as coisas.
No decorrer da pandemia, quando fui presenteada com os fantásticos ataques de ansiedade e de pânico ganhei forças para pedir ajuda, e desde então tento não descorar dessa ajuda. Porque é importante, porque é necessária, porque só vou conseguir tratar do resto quando a minha mente estiver alinhada para o caminho certo.
Um ano passou e sinto que me tornei numa pessoa completamente diferente.
Eu era a que dava força a toda a gente para não ter medo de arriscar, para não ter medo de lutar por aquilo que quer, para ser feliz independentemente de tudo o que nos possa surgir. Eu fui sempre assim, fui à luta, mesmo quando hoje queria uma coisa e amanhã outra, eu ia atrás. 
Agora, não sei... Na vida precisamos dar dois passos atrás para conseguirmos dar três em frente, é verdade, mas nunca pensei, em momento algum, ter medo de viver. Porque por muitas palavras que tente arranjar para justificar, eu tenho medo de viver. Eu tenho medo de arriscar, de ir à luta e falhar. Tenho medo de desiludir, medo de não conseguir alcançar os tantos objetivos que traço na minha vida, tenho medo de não ser capaz. E no fundo sempre o tive, agora deixei que ele tomasse conta de mim.
Ao longo do tempo fui me apercebendo que realmente as coisas em mim mudavam, deixei de acreditar nas minhas capacidades, nas minhas faculdades e na verdadeira missão que a vida me deu, ser feliz. Sim, cheguei a acreditar que na verdade eu não ia e não teria o direito de ser feliz. 
A nossa mente é capaz disto. De nos trair desta maneira e nos fazer acreditar que não merecemos nada, quando na verdade temos sempre todo o direito de ser feliz e fazer tudo o que está ao nosso alcance para o ser.
É importante cuidarmo-nos, é importante acordar depois de um pesadelo e sorrir. É importante ver a luz do dia, mesmo depois das insónias. É importante sermos felizes...
Porque merecemos!

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