Todos nós temos cinco a seis litros de sangue a circular pelo organismo. O coração bate, o sangue é impulsionado pelo sistema arterial e vai levar ao oxigénio para todas as células do corpo, depois retorna pelas veias até aos pulmões onde é oxigenado e volta para o coração que, no pulsar seguinte, volta a espalhar pelo corpo. Se não houvesse um meio de deter os pequenos orifícios que possam surgir nas artérias e veias, o sangue sairia por eles provocando uma hemorragia permanente porque o coração não pára de bombeá-lo.
Porque é que quando sofremos um corte, o sangue escorre pouco e pára logo?
Porque é dotado de um sistema de coagulação altamente sofisticado e possui uma série de substâncias, por exemplo, as plaquetas, que convergem para o local e formam um trombo para bloquear o sangramento. Decorrido certo tempo, e por vezes certos tratamentos, esse trombo dissolve-se, o vaso é recanalizado e a circulação volta ao normal.
Há pessoas que, por alguma razão, apresentam distúrbios no mecanismo de hemostasia e formam trombos (coágulos) num local onde não existia sangramento. Como a estrutura desses trombos é sólida e mole, um fragmento pode desprender-se e seguir o trajecto da circulação venosa que retorna aos pulmões para o sangue ser oxigenado. Nos pulmões, o trombo prova um entupimento - a embolia pulmonar - uma complicação grave e uma das raras causas de morte súbita.
Tromboses venosas constituem uma doença grave que pode levar a desfechos fatais por causa da embolia pulmonar.
Quais as pessoas que correm maior risco de desenvolver embolia pulmonar?
Há quem diga que as pessoas nascem com predisposição trombólica. Indivíduos com tipo A, B e AB do sistema sanguíneo ABO têm de dois a quatro vezes maior possibilidade de desenvolver trombose do que os de tipo O. Com o passar da idade, a predisposição trombólica vai aumentando. Além disso, varizes, cigarros e pílulas anticoncepcionais são factores que pesam no aparecimento do problema.
O colesterol elevado também pesa?
Sim, assim como influenciam factores genéticos hereditários. Sabe-se que de setenta a oitenta por cento dos casos, os fenómenos trombólicos ocorrem em pessoas da mesma família.
Qual é a eficácia do uso de meias elásticas?
As meias elásticas de facto protegem, mas devem ser colocadas correctamente, não no aeroporto pouco antes do embarque, mas em casa, com as pernas erguidas e o seu tamanho deve estar de acordo com o comprimento e o diâmetro dos membros inferiores de quem os usa. Muita gente compra meias apertadas demais ou pequenas. Infelizmente nesses casos, elas não oferecem o mesmo grau de protecção.
De que forma as meias elásticas reduzem a incidência de trombose?
As artérias levam o sangue que sai do coração para circular pelo corpo e as veias trazem-no de volta. Nas pessoas com varizes, as veias dilatam-se e comprometem o funcionamento das válvulas, que actuam como comportas empurrando o sangue para o coração. O uso de meias elásticas favorece a aproximação dessas válvulas, fazendo com que funcionem adequadamente.
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